Ministro dos Direitos Humanos vai a Roraima nesta terça para avaliar situação de venezuelanos
ministro interino dos Direitos Humanos, Gustavo do Vale Rocha, viaja nesta terça-feira (6) para Roraima para avaliar condições humanitárias dos venezuelanos que buscam refúgio todos os dias na capital do estado.
Roraima lida desde 2015 com a chegada desenfreada de venezuelanos, que estão deixando o país vizinho para escapar da crise política, econômica e social. Em 2017, foram registrados 17.130 pedidos de refúgio pela Polícia Federal.
Rocha viaja a Roraima com representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e Defensoria Pública da União (DPU). Segundo a assessoria do ministério, a comitiva deve chegar na Base Aérea de Boa Vista ainda durante a manhã. Da base, a comitiva segue para o município de Pacaraima.
"A ideia da viagem é possibilitar uma análise do fluxo migratório da forma mais ampla possível, com foco multidisciplinar. Vamos analisar a questão dos venezuelanos nos direitos humanos, na situação dos trabalhadores, na questão carcerária", disse Rocha.
No fim da tarde, a comitiva deve retornar a Boa Vista para uma reunião com autoridades locais e representantes da sociedade civil, na sede do Tribunal de Justiça de Roraima.
De acordo com dados da prefeitura de Boa Vista, 40 mil venezuelanos vivem hoje na cidade, o que representa mais de 10% dos 330 mil habitantes da capital. Com isso, autoridades do estado cobram ações e recursos do governo federal para administrar a chegada dos venezuelanos.
O G1 acompanhou venezuelanos no trajeto de 215 km entre Pacaraima, na fronteira, e Boa Vista. Sem dinheiro e perspectivas, imigrantes fogem da crise na Venezuela. Trajeto recebe todos os dias uma média de 50 novos viajantes, segundo a prefeitura de Pacaraima.
Busca por refúgio
O governo federal dará início nesta semana ao processo de transferência de venezuelanos que estão em Roraima para outros estados. Na primeira reunião do Comitê Federal de Assitência Emergencial, realizada na Casa Civil há duas semanas, ficou decidido que São Paulo e Amazonas serão os dois primeiros destinos dos imigrantes.
À época, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, explicou que o governo federal precisa administrar não só os venezuelanos que querem ficar no Brasil, mas também os que estão apenas de passagem.
"Ali temos três tipos pessoas. As pessoas que vêm buscar comida para família; temos as pessoas que vieram para ficar ali na região, especialmente famílias indígenas; e aqueles que querem internalizar, querem vir para dentro do Brasil", disse Padilha.
Por esta razão, uma das primeiras medidas tomadas pelo governo federal foi a realização de um censo para mapear o perfil dos imigrantes, inclusive com informações sobre quais trabalhos eles poderiam realizar no Brasil.
O primeiro levantamento feito entre os venezuelanos sobre interesse de trabalho e qualificação profissional apontou a possibilidade de transferir 350 imigrantes para São Paulo e 180 para o Amazonas.
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